segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Melhor Lugar do Mundo

A janela do terceiro piso oferece uma linda paisagem. Acabo por me paralisar, perplexo, com a mágica destes pensamentos barulhentos que me pegam quando estou ali. O olhar fica distante: há muita coisa escondida nos pensamentos do sujeito quieto que rasteja entre os outros, que não manifesta opinião, que disfarça sua loucura em frases sem sentido, em sorrisos calados, em indiferença.

Já estive em lugares mais altos, em paisagens cheias de vazio, contemplando meu próprio vazio. Aqui não é tão alto. Mas não preciso estar tão longe do chão para refletir, lembrar do que não fiz, e ficar surdo com tantos berros dentro de mim. Eles não me maltratam. Ao contrário, fazem sorrir por dentro. Sorrir como sorri naquele abraço às 7 da manhã no meio da avenida. Ou a cada vez que alguém cantava qualquer coisa, a me provocar.

A música fica na cabeça quando eu a ouço, todas as vezes. Ela ainda vai me carregar a um passado que eu quero reviver por alguns minutos. Foram bons tempos!