quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

As an old memory



Sonhei com você esta noite. Foi como se tudo estivesse bem novamente.

Apareci misteriosamente em seu quintal, mas havia mais de uma casa lá dentro. Cheguei a perguntar-me: "Há quanto tempo não venho aqui?". Lembrei da última vez, há tantos anos, em um dia chuvoso no qual dei muito valor ao que chamava de "tapas de luva". Contudo, não sabia o que era pior: Ter marcas no rosto ou no peito, profundamente, onde ninguém vê.

Lá dentro eu bati palmas, e aquela multidão toda veio matar a saudade. Ninguém, porém, poderia saber que eu estava ali. E no meio de tanta euforia por meu retorno tardio, eu a vi na porta. E quando veio ao meu encontro para um abraço indiferente, senti o aperto por ter fugido tão cedo. Apesar de tudo, agradeci. Não sabia mais se em meus olhos haviam lágrimas ou um buraco negro, ou apenas a fotografia de nós dois.

Dei-lhe um beijo de despedida no que parecia um túnel ao sul de seu jardim e mais uma vez fugi. Já era noite, e ninguém poderia saber que eu estive lá, com você, o tempo todo! 

Quando cheguei em casa, acordei. Caí da cama e me joguei em um velho baú de madeira, dentro de minha estante, no qual guardava aquele velho caderno de histórias. Afinal, nada mais justo do que relembrar tudo o que você me fez escrever dia após dia, mesmo após a minha fuga. Junto ao caderno, estava um disco com músicas que lembravam a nossa história, que eu fiz questão de ouvir mais uma vez.

Porém, tudo foi apenas um sonho.