"Enquanto olho para os seus olhos verdes, espero uma resposta convincente acerca de um motivo para ficar."
Eram quatro horas da tarde e, costumeiro de uma tarde de inverno, o sol apressava-se em esconder entre as árvores que estavam mais a oeste naquele parque.
Caminhávamos de braços dados por entre os espécimes ali plantados, os quais não saberia distinguir - sequer se estivesse plenamente sóbrio.
Com o frio em nosso encalço, disfarço minha voz levemente embargada com o fato de não estar suficientemente agasalhado, por mais que o frio cortante daquelas sombras fosse mais confortável do que a sensação de que o relógio me furtava apressado os minutos ao seu lado.
Insisto em dizê-la que estava me sentindo bem como nunca. Torço minhas lembranças como um lenço úmido, a fim de retirar dali argumentos como gotas que pudessem disfarçar a pesada saudade que, há alguns carnavais, sua ausência me provocava.
Como uma faísca em um barril de pólvora dos meus sentimentos, diminuo meus passos - sabe-se lá de qual de meus abismos encontro tal desatino - e peço:
- Você me perdoaria se confessasse que te amo?
What If I Stumble