"Está pronto. Ao terminar o disco, ouço tudo novamente em busca de tropeços, enquanto meu corpo não chega à beira mar. E fujo todos os dias para lá, e releio doze vezes a mesma história. É um destino traçado que muda todos os dias, e me faz voltar à tona. O inverno voltando é um perfume de qualquer coisa épica que se repete ano após ano, na janela de meu quarto aberta. É cheiro de rua, de fuga, de amor mal escrito. É fraqueza, tremor, síncope. São mil e um parágrafos de devaneios mimetizados por um sorriso, um tapa, um adeus, um piscar de olhos. Subir em uma escada de vitrine, e sentir-se gigantesco. Jogar os cabelos em trevas ao lado, em chamas, em um olhar. Inseguro não segura, e seguro se faz livre. E livre se ama muito mais. Uma história velha reescrita, em menos de dez cartas à pessoa amada. Tão baixo, vil. Um coração batendo desigual. Mais de dezesseis mil dias na tentativa de fazer valer a pena. De fazer valer um dia. Uma simples corrida, a fim de merecer a volta pra casa. Um dia tudo sai dos trilhos, eu prometo."
Outrora um cronista louco. Hoje, apenas velhas memórias retiradas de um caderno empoeirado, guardado em um velho baú de madeira.
terça-feira, 17 de junho de 2014
Devaneios, Entrelinhas (Short Memories - XVII)
"Está pronto. Ao terminar o disco, ouço tudo novamente em busca de tropeços, enquanto meu corpo não chega à beira mar. E fujo todos os dias para lá, e releio doze vezes a mesma história. É um destino traçado que muda todos os dias, e me faz voltar à tona. O inverno voltando é um perfume de qualquer coisa épica que se repete ano após ano, na janela de meu quarto aberta. É cheiro de rua, de fuga, de amor mal escrito. É fraqueza, tremor, síncope. São mil e um parágrafos de devaneios mimetizados por um sorriso, um tapa, um adeus, um piscar de olhos. Subir em uma escada de vitrine, e sentir-se gigantesco. Jogar os cabelos em trevas ao lado, em chamas, em um olhar. Inseguro não segura, e seguro se faz livre. E livre se ama muito mais. Uma história velha reescrita, em menos de dez cartas à pessoa amada. Tão baixo, vil. Um coração batendo desigual. Mais de dezesseis mil dias na tentativa de fazer valer a pena. De fazer valer um dia. Uma simples corrida, a fim de merecer a volta pra casa. Um dia tudo sai dos trilhos, eu prometo."