quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pra Sempre



Um amor que surge sob a guarda de uma árvore em uma noite de verão, no meio da avenida. A conheceu em um desvio, uma mudança. Nunca pensou sequer em uma aproximação. Mas a distância diminuiu como louca. O vício em encontrá-la foi maior a cada dia, por muito tempo.

O momento no qual mais precisou de alguém pra desabafar, rir, chorar algumas vezes, receber conselhos, já sabia para onde correr. Queria apenas encontrá-la, muitas e muitas vezes. Era uma amizade perfeita e completa. Cúmplices.

O amor veio à tona, mas em secreto. Ela não precisava saber. Dia após dia corria para lá, naquela casa em frente à uma grande árvore e ali conversavam muito. Tudo tão perfeito, aconchegante. Uma voz macia, suave, mas alegre. Contava seus segredos em risos.


"Sabe, eu tinha ciúme de vocês dois.. Você nunca vai entender."

Tarde demais. Um perfeito Game Over (ou quem sabe um try again?). Começaria a tentativa de tornar-se único. Um jogo no qual o coração de ambos deveria ser livre de entrar em atresia. Tudo tão grande. Aquela sensação de um amor eterno, recém nascido.

(Gabriel Derlan, 1987)